Colaboração e união de todos contra o Covid 19
Há cerca de uma semana me emocionei com a mensagem de uma amiga, médica obstetra do HUPE, Hospital Universitário Pedro Ernesto, da UERJ.
Alessandra Caputo, por trás de um jeito firme e objetivo, é daquelas profissionais capazes de se emocionar e se sensibilizar com a dor daqueles de quem cuida. E foi assim, com esse jeito singular, que ela contou, extremamente emocionada, sobre a alta da grávida de 26 anos, que deu entrada no hospital vítima do Corona Vírus.
“Queria dividir essa emoção única com você. Eu estava lá. Eu internei essa primeira paciente. EU! Eu a vi quase morrer. Ela se chama Fabiana e tem 26 semanas de gravidez. Não dá para descrever minha alegria! Não paro de chorar…. Tão bom esse choro! Um orgulho e uma emoção imensas!”, me contava ela de forma contagiante e acrescentava: “obrigada a cada um que, ficando em casa, permite que a gente faça nosso trabalho e devolva essas pessoas aos seus entes queridos!”
Hoje, porém, uma reportagem do Jornal O Globo nos faz dois importantes alertas: um sobre o preço abusivo cobrado por alguns fornecedores para insumos básicos utilizados no atendimento no HUPE, e o outro para o perigo dessa doença misteriosa, agressiva e complexa, capaz de vitimar pessoas em poucos dias (veja na foto a matéria na íntegra).
Conversei com Alessandra novamente e o quadro permanece preocupante e delicado. “Não se trata de uma doença simples. Ela é, como dito, uma asfixia silenciosa. E dolorosa demais. Ela é medo e incerteza. Essa reportagem retrata muito bem toda dor da gente. E o absurdo da ganância. Um momento onde vemos o pior e o melhor de cada um de nós”, descreve a médica, que ressalta o seu orgulho de fazer parte da equipe do Hospital Universitário da UERJ.
Alessandra acredita que a abertura dos hospitais de campanha e a estabilização do número de casos de pessoas contaminadas com o Covid 19, dará ao sistema de saúde um novo fôlego para tratar a todos os infectados. Mas reitera que cada um deve seguir as orientações das autoridades de saúde. “Estamos nos dedicando com todo nosso amor e empenho. Só pedimos que os demais façam sua parte, ficando em casa. Por nós. Por essas vozes que se calam e se asfixiam. Falta pouco. Mas precisamos desse fôlego final para sairmos dessa”, alerta.
#fiqueemcasa