CAp-UERJ retorna parcialmente as aulas amanhã!
Em reunião convocada pela direção do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, mais conhecido como CAp-UERJ, hoje, pela manhã, o diretor Lincoln Tavares explicou as dificuldades e os motivos para que o ano letivo 2015 ainda não tenha iniciado na instituição de ensino.
Estavam presentes à reunião a equipe docente e muitos pais, angustiados com a situação. Conforme foi demonstrado pela direção do Instituto, a questão da falta de professores é crítica. O sétimo ano é uma das séries mais afetadas pelo problema, pois existem diversas lacunas em sua grade de horário. Faltam professores em diversas disciplinas, como Artes, Francês, História, entre outras. “É o ano mais crítico que a gente tem”, lamenta a vice-diretora Maria Beatriz Porto, acrescentando que a grade pode ir sendo preenchida, conforme forem tomando posse os aprovados nos últimos concursos realizados. Mesmo assim, as lacunas são serão totalmente preenchidas pelos recém-chegados. Por conta disso, foi permitida a realização de novo concurso para professores contratados, o que havia sido proibido pelo Ministério Público no ano passado.
Um fato que, certamente, ajudaria na solução da falta de professores seria a renovação dos contratos dos professores que já lecionavam na instituição no ano passado. Mas, segundo as explicações fornecidas, há uma norma da universidade que exige um intervalo de um ano para a renovação dos contratos.
Dedicação Exclusiva
Diante do quadro desolador, alguns pais presentes levantaram a hipótese de se estender a carga horária dos professores. Alguns são contratados para 20 horas e outros para 40 horas, dependendo do contrato. “Não é tão simples como parece”, descarta o diretor, acrescentando que muitos deles trabalham em outras instituições. Nem todos estão inseridos no programa da Dedicação Exclusiva (DE), principalmente aqueles que possuem uma carga horária mais reduzida. Além disso, a questão das horas não estabelece a permanência do professor somente em sala de aula. É garantido um tempo para pesquisa e desenvolvimento de projetos.
Outros problemas afligem e atingem toda a comunidade “Capiana”, como a falta de técnicos e funcionários da limpeza também. Falta técnico para o laboratório de Física e, por conta disso, os alunos não podem receber a aula no laboratório por questões de segurança, apesar de ter professor para esta disciplina.
Ensino colaborativo prejudicado
Mesmo diante do quadro desolador apresentado, a reunião demonstrou as inúmeras tentativas realizadas para solucionar os problemas do instituto de uma forma mais permanente.
Para que as aulas do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental possam se iniciar amanhã, 31 de março de 2015, ficou decidido que as professoras do ensino colaborativo, bem como do clube de leitura, recuperação paralela, entre outras, assumirão as turmas e as disciplinas do Núcleo Comum, até que sejam empossados todos os aprovados nos concursos realizados. Para os alunos do sexto ao segundo ano do Ensino Médio, foi dada uma nova previsão: 13 de abril. Mas essa data ainda será confirmada nos próximos dias.
Sobre a notícia veiculada na imprensa neste final de semana sobre a exigência da reitoria da UERJ para que as aulas se iniciassem completamente hoje, o diretor informou que não recebeu nenhum comunicado oficial para isso, até porque, como foi demonstrado, a falta de professores é uma realidade.
Ainda sobre essa situação, esteve presente também um integrante do Centro de Humanidades da universidade, Glauber Lemos, que garantiu que a exigência da volta às aulas no CAp hoje não foi abordado na referida reunião.
Vice-diretora explica as lacunas na grade de horários. |
Bem, agora é continuar de olho firme e acompanhar atentamente os desdobramentos dessa situação, que ocorre já há algum tempo na instituição. E torcer para que o Colégio de Aplicação da UERJ continue tendo o ensino de excelência pelo qual sempre foi conhecido. Que as autoridades competentes não poupem esforços para que a educação de qualidade, que sempre foi oferecida pela instituição, possa se estender a todas as escolas públicas do Estado.
Estudar no CAP sempre foi um privilégio. Os melhores professores, a melhor formação intelectual. É muito triste ver esta situação.
É verdade, Denis, uma situação muito triste mesmo.
É muito triste para um país , quando um dos principais alicerces da sociedade que é a educação é tratada com descaso pelas autoridades , Governadores , prefeitos , e pela união ao nível de estabelecimentos federais , entra ano e sai ano é sempre assim , falta tudo , professores , pessoal administrativos , operacional etc , será que o salário deles atrasa ? O Rio De Janeiro está devendo 17 milhões , é uma vergonha qual o futuro dos nossos jovens !
CARLOS EDUARDO !
É vergonhoso mesmo, Carlos Eduardo. Eu sonho com o dia em que a educação será tratada pelas autoridades competentes com a devida atenção e respeito.
É vergonhoso mesmo, Carlos Eduardo. Eu sonho com o dia em que a educação será tratada pelas autoridades competentes com a devida atenção e respeito.
É lamentável evidenciarmos que uma das melhores escolas públicas do estado esteja passando por situação tão crítica como vem sendo abordado na imprensa ultimamente. Na realidade, trata-se de uma situação de muito tempo que agora venho à tona, com a cobrança do Ministério público e da sociedade. Todavia, constatar a falta de professores num colégio de aplicação é no mínimo um desrespeito ao cidadão! Isto sem contar no não pagamento a empresa que presta serviços de limpeza e conservação na unidade. É de chorar! O Cap Uerj sempre foi um colégio de excelência e deve continuar com a sua tradição e dedicação na formação de professores, educandos e, acima de tudo, homens de bem. O nosso papel como pais e responsáveis é de nos unir e seguir firmes no objetivo de mantermos com a mesma qualidade de sempre esta instituição que representa um verdadeiro patrimônio de nossa cidade. Parabéns pelo post!
Obrigada, Cosme Luiz, por seu comentário! De fato, acredito que toda a comunidade Capiana deve ficar unida neste momento, a fim de que os problemas se resolvam em sua essência e não com medidas paliativas. Para isso, com certeza, será necessária uma certa dose de sacrifício (como sempre) por parte daqueles que deveriam receber aquilo que a instituição sempre ofereceu com a maior qualidade. Um grande abraço!